Objetivo.Analisar o comportamento da mortalidade por câncer de mama nos municípios brasileiros e avaliar a influência de fatores socioeconômicos e demográficos sobre as taxas e mortalidade.
Métodos.Foram calculadas taxas de mortalidade, padronizadas por faixa etária e corrigidas por causas mal definidas, centradas em 1990, 2000 e 2010. Posteriormente, foram estimados modelos de regressão, com dados em painel, que permitiram verificar o grau de associação entre os fatores de interesse e a taxa de mortalidade pela doença.
Resultados.Verificou-se uma tendência de crescimento da mortalidade no país. Contudo, os modelos indicaram que a mortalidade poderia ter diminuído (tendência negativa), principalmente no Sudeste e Sul, caso alguns fatores associados à doença (por exemplo, nível de renda, educação, longevidade, taxa de fecundidade, gastos em saúde, infraestrutura, entre outros) tivessem permanecido constantes durante o período considerado. Observou-se que a mortalidade por câncer de mama apresentou associação positiva/significativa com a longevidade e negativa/significativa com o nível de gastos públicos em saúde. A mortalidade foi maior nas regiões Sul e Sudeste, nos municípios com mais de 500 000 habitantes e naqueles onde a população é inferior a 5 000.
Conclusões.O crescimento da renda per capita, a elevação da expectativa de vida e a diminuição da taxa de fecundidade podem estar associados a elevadas taxas de mortalidade por câncer de mama e a uma tendência de crescimento na mortalidade por esse câncer nos municípios brasileiros.