Abstract
Este trabalho tem por objetivo discutir que a maior incidência de adoecimento mental no climatério decorre principalmente das perdas experimentadas nesta etapa da vida. Para cumprir este objetivo, recorremos a uma análise qualitativa de viés psicanalítico, com base na experiência de pesquisadores envolvidos em um estudo transversal, com 130 mulheres climatéricas, com idade entre 45 e 65 anos. As principais queixas observadas foram organizadas em grupos por similaridade temática. Observou-se que, no período do climatério, o luto se instala por diferentes perdas percebidas pelas mulheres. A maioria dessas perdas está relacionada a questões de estética, de fertilidade, projeto de vida e as perdas sociais vivenciadas. Concluímos que o adoecimento mental observado no climatério pode ser o sintoma que se forma para denunciar um contexto de perdas. A compreensão dessas perdas e da instalação de um processo de luto pode permitir um olhar mais humano e cuidado mais eficiente.
Publisher
Universidade Catolica Dom Bosco