Abstract
Variáveis relacionadas a fatores epidemiológicos, ao ambiente, ao agente etiológico, ao vetor e aos reservatórios parecem atuar na determinação dos diferentes cenários de transmissão da leishmaniose visceral no Brasil. No estado de São Paulo a leishmaniose visceral (LV) não apresenta um padrão epidemiológico homogêneo por todas suas regiões, parecendo refletir uma multitude de cenários propícios para a ocorrência da transmissão dentro do território Paulista. Lutzomyia longipalpis é composta por um complexo de espécies das quais duas são encontradas no Estado de São Paulo e parecem possuir diferença na capacidade vetorial. É provável que essa diferença seja o fator determinante na caracterização dos diferentes padrões epidemiológicos observados nas diferentes regiões do Estado. No presente estudo, procuramos determinar a distribuição temporal e geográfica das espécies do complexo Lu. longipalpis, dos casos caninos e dos casos humanos de LV como elementos chave para ajudar na caracterização de alguns cenários de transmissão da doença e apontar áreas de maior risco para a aquisição da doença. Por outro lado, a recente e inesperada ocorrência de transmissão da LV em localidades sem a presença da Lu. longipalpis, caracteriza mais um novo cenário, onde a transmissão da Leishmania infantum ao homem se mostrou possível, configurando um novo desafio para as autoridades da saúde pública.
Reference17 articles.
1. 1. Domanovic D, Giesecke J. How to define an area where transmission of arthropod-born disease is occurring? Euro Surveill. 2012; 17(20):pii=20171. Disponível em: http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=20171
2. 2. Hamilton JGC, Maingon RDC, Alexander B, Ward RD, Brazil RP. Analysis of the sex pheromone extract of individual male Lutzomyia longipalpis sandflies from six regions in Brazil. Med Vet Entomol. 2005;19(4):480-8. https://doi.org/10.1111/j.1365-2915.2005.00594.x
3. 3. Ministério da Saúde (BR). Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasilia (DF): Editora do Ministério da Saúde; 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral.pdf
4. 4. Casanova C, Colla-Jacques FE, Hamilton JG, Brazil RP, Shaw JJ. Distribution of Lutzomyia longipalpis chemotype populations in São Paulo state, Brazil. PLoS Negl Trop Dis. 2015;9(3):e0003620. https://dx.doi.org/10.1371/journal.pntd.0003620
5. 5. Dvorak V, Shaw J, Volf P. Parasite Biology: The Vectors. Chapter 3. In: The Leishmaniais: Old Neglected Tropical Diseases. Brusch F, Gradoni L editors; 2017. http://doi.org/10.1007/978-3-319-72386-0