Author:
Taunay Augusto E. de,Martins Hélio,Toporowski Júlio,Toledo L. A. de,Peixoto Ethel S.
Abstract
Os autores realizaram uma série de investigações laboratoriais sobre a enterite infantil por Escherichia coli G. E. I. O material proveio de três grupos de crianças: 1) 40 crianças de idade variável entre 1 mês e 5 anos, que serviram para comparar métodos de colheita e cultura, todas portadoras de enterites agudas, sendo a colheita das fezes feita no momento da hospitalização; 2) 90 crianças de idade variável entre 30 dias e 2 anos com distúrbio nutritivo agudo; 3) 159 prematuros ou recém-nascidos com menos de 30 dias, dos quais 138 com gastrenterite aguda e 21 normais, todos da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo. Usando fezes colhidas pelo “swab” retal (74 coproculturas), verificaram que os resultados foram equivalentes aos obtidos pela semeadura das fezes passadas naturalmente (74 coproculturas). O emprego de meios de enriquecimento (Gerbeaux, 1955), não aumentou o número de culturas positivas. Melhores resultados foram alcançados com o emprego combinado dos meios SS e de Holt-Harris-Teague, mesmo superiores aos do ágar-sangue, A identificação de E. coli G. E. I. baseou-se nos caracteres morfobiológicos e antigênicos (aglutinação em lâmina, seguida por aglutinação lenta em tubo até o título do soro). A incidência da enterite por E. coli G. E. I. foi elevada, principalmente nos recém-nascidos portadores de gastrenterite. A mortalidade no grupo dos recém-nascidos também foi bastante elevada: dos 71 com exame positivo para E. coli O 111, 35 faleceram. Comparam técnicas de aglutinação, hemaglutinação e microfloculação para pesquisa de anticorpos em alguns soros de crianças portadoras de gastrenterites; entretanto, os resultados obtidos não foram favoráveis para qualquer dos métodos empregues. De todas as amostras de E. coli O 111: B4 isoladas foram feitas provas de sensibilidade in vitro (método dos discos), para os seguintes antibióticos: cloranfenicol, oxitetraciclina, estreptomicina, neomicina, polimixina e sulfadiazina. Concluíram que os antibiogramas correspondentes às tetraciclinas e ao cloranfenicol eram equivalentes quando a bactéria isolada não provinha do hospital (1° e 2° grupos de crianças). Os germes isolados no hospital evidenciaram aumento da resistência para as tetraciclinas e o cloranfenicol. Acreditam não ser de maior valia prescrever normas para o emprego deste ou daquele antibiótico: importante é saber qual a situação local com relação aos antibióticos usados rotineiramente. Usando técnica semelhante à inicial, verificaram ser elevado o número de portadores normais de E. coli G. E. I. Examinaram 1.027 amostras de fezes; isolaram E. coli G. E. I. em 30. Finalmente, tentaram a infecção experimental no cobaio por introdução de bactérias diretamente no estômago. Em 16 animais infectados, obtiveram resultados positivos em 15 com quadro clínico e histopatológico de enterite aguda difusa e recuperação do germe nas fezes.
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