Author:
Ferreira Ricardo Barcelos,Bottino Cássio M. C.
Abstract
O Cérebro humano sofre alterações degenerativas durante o envelhecimento normal, com perda difusa de massa e neurônios, o que resulta em modificações na concentração e atividade dos neurotransmissores. Apesar destas alterações, a maioria dos idosos está satisfeita com sua vida, e não tem predisposição psicológica para desenvolver transtornos de humor. Entretanto, frente às vicissitudes do envelhecimento, alguns idosos podem apresentar um quadro de depressão maior, transtorno de humor bipolar, ciclotimia, distimia ou simplesmente apresentar “sintomas depressivos clinicamente significativos”, sendo importante a diferenciação entre quadros de início precoce e início tardio, além de se determinar a presença de causas ou complicadores orgânicos. Sabe-se que este adoecimento se deve a uma predisposição psíquica, mas também a uma associação dos sintomas com doenças clínicas, uso crônico de medicamentos e estressores psicossociais, situações mais frequentes nesta população quando comparados aos adultos jovens. As taxas de depressão em pacientes idosos, por exemplo, variam de 3,5% a 7,0% e representam um problema de saúde pública, tendo em vista seu impacto na saúde dos pacientes e a piora da qualidade de vida. O presente artigo tem o objetivo de descrever as características clínicas dos transtornos de humor em idosos, visando à promoção de um diagnóstico precoce, salientando as principais diferenças em relação aos adultos jovens, seja na qualidade ou intensidade dos sintomas, orientando os profissionais de saúde que atendem esta população de pacientes.
Publisher
Associacao Brasileira de Psiquiatria