Abstract
Este trabalho intersecta os interesses de pesquisas antropológicas sobre políticas públicas de saúde que enfatizam os entrelaçamentos multiespécie, com o debate histórico sobre as relações entre Estado, ciência e mosquitos no Brasil dos séculos XIX e XX, como aquele relacionado ao trabalho da Fundação Rockefeller. Ele resulta de uma etnografia compostas por pesquisa documental, entrevistas e observação participante junto à então chamada Equipe de Vigilância de Roedores e Vetores (EVRV), órgão da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMSPA) - a partir de onde descrevemos a implementação e consolidação de uma política de controle do Aedes aegypti. Tratam-se de situações empíricas com as quais exploraremos o debate sobre biopoder, “microbiopolítica” e “biopolítica em tempo real” explicitando emergência de estratégias particulares de produção de conhecimento e de novos mecanismos de governamentalidade de humanos, animais e ambientes no campo da saúde.