<p>A criação e a estruturação do IPEA (1964-1970) integrou um amplo processo de criação de instituições do aparato de Estado no Brasil. Envolveram elites econômicas e políticas, intelectuais orgânicos do mundo do capital (nativos e estrangeiros) e instituições nacionais e internacionais. Foi parte integrante do processo de implementação do modelo econômico desenvolvimentista, que materializava o padrão fordista-keynesiano de reprodução do capital ao mesmo tempo em que explorava as possibilidades que esse padrão e a hegemonia norte-americana permitiam. Refletiu demandas e convicções políticas e ideológicas tecnocráticas, sob o regime cívico-militar, que convergia planejamento e desenvolvimento, de um lado, e formação de instituições e quadros técnicos, de outro, que operassem, respectivamente, dentro de uma racionalidade política e administrativa e de uma competência técnico-científica e técnico-política.</p><p> </p>