Abstract
Este artigo tem o objetivo de examinar as premissas teóricas da crítica decolonial sistematizada na década de 1990 pelo grupo “modernidade colonial”. A hipótese sugere que a crítica decolonial reabilitou a racionalidade estruturalista que foi canônica nos estudos sociais ocidentais ao longo de grande parte do século XX. Tratou-se, contudo, de reabilitação politicamente subversiva, na medida em que os signos estruturalistas foram apropriados em função da agenda da reparação histórica. O texto está divido em três partes: primeiro, examino as fontes do estruturalismo clássico, com o objetivo de inventariar os principais signos analíticos que constituem a racionalidade estruturalista. Em seguida, me debruço sobre os textos escritos pelos formuladores da crítica decolonial, identificando a reabilitação subversiva dos signos estruturalistas. Por último, como conclusão, discuto com a historiografia brasileira que recentemente vem recebendo com bastante entusiasmo a crítica decolonial.
Publisher
Universidade Federal de Goias
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