Abstract
Neste artigo é feita uma revisão de literatura do tema Last Chance Tourism (LCT) com o objetivo de compreender quais as principais aplicações deste fenómeno e que consequências este fenómeno tem para os destinos. Como abordagem de pesquisa optou-se pelo estudo descritivo e explicativo. O termo LCT foi referido pela primeira vez na comunicação social em 2008 e em 2010 na literatura académica. Porém, o fenómeno foi anteriormente referenciado com outros termos: “turismo de catástrofe”, “turismo climático”, “turismo de extinção”, “veja antes que acabe”. Os principais resultados obtidos são a evidência das consequências associadas aos destinos de gelo, focando a problemática dos glaciares prestes a desaparecer devido a mudanças ambientais; turismo de animais em vias de extinção, incluindo caça, desaparecimento de cataratas, desgaste da grande barreira de corais, locais com grande desgaste associado ao número de visitantes, e ainda a lugares e objetos percebidos como símbolo de algo que está lentamente a desaparecer da sociedade em geral. Apesar dos diferentes destinos, as consequências identificadas convergem no nível ambiental, com foco nas alterações climáticas, na pressão dos ecossistemas, na degradação ambiental, no excesso de carga dos destinos e na criação de “embaixadores” da causa ambiental. Para além do impacto ambiental, identificaram-se consequências ao nível cultural, sociopolítico, económico e de riscos físicos para os turistas. Foi possível identificar algumas lacunas na literatura, tal como a falta de um critério claro que permita determinar objetivamente a definição de destino LCT; a temporalidade do estatuto “destino vulnerável”; bem como se os destinos vulneráveis devem realmente ser promovidos turisticamente.