Abstract
O presente texto surgiu a partir das reflexões provocadas pelas leituras propostas na disciplina Tópico Especial – Interfaces Educomunicativas: Mulheres Líderes nos Contextos Local e Global do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A análise do autorrelato da historiadora e mãe de santo Ilka Santos, apresenta aproximações e distanciamentos da liderança no ambiente escolar e religioso, indicando interfaces dos campos da Educação, da Comunicação, Cultura e Advocacy. Conclui-se que a identificação da liderança feminina negra, para além do ambiente religioso e principalmente no ambiente escolar constitui-se no reconhecimento da experiência de vida dessas mulheres, como exercício de ruptura com os estereótipos racistas, que as desumanizam reduzindo-as à objetificação e/ou à invisibilidade. As escolhas da entrevistada favorecem a compreensão sobre o exercício da liderança em instâncias paradoxais mas culturalmente relevantes para o estabelecimento das tessituras sociais. Ressalta-se a convivência de experiências que demandam práticas educativas em sua concepção crítica, em tempos de intolerância recorrente contra religiões de matriz africana em diferentes municípios do Rio de Janeiro.
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