Abstract
O objetivo deste texto é descrever compreensivamente a aprendizagem de uma garota de programa na prática do pole dance e sua relação com a pedagogia social. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica (FORGHIERI, 2014) e etnográfica (GIL, 2010) por possibilitar um “mergulho / envolvimento” no cotidiano e subjetividade do espaço pesquisado. A produção de dados aconteceu a partir da observação participante por favorecer o contato direto com os acontecimentos objetivos e subjetivos sem excessiva intermediação. Desvelar o processo de ensino e aprendizagem do pole dance significa adentrar ao mundo da prostituta, uma profissional aberta às diferenças variadas de clientela, marcadas não apenas pela violência, mas pela solidariedade, amizade – entre elas. Ao mesmo tempo, a dança a faz corpo de dançarina e atriz, profissões não marginalizadas pela contemporaneidade, pontuando possibilidades ou mesmo de resistir contra a hegemonia que, em muitos momentos, as inferioriza.Palavras-chave: Pedagogia social. Aprendizagem. Resistência.
Reference24 articles.
1. BRAVIN, R. A produção do corpo feminino numa boate de striptease de Vitória – ES; estudo do tipo etnográfico. Disponível em: < http://www.2014.gepsexualidades.com.br/resources/anais/4/1405737804_ARQUIVO_ArtigoSeminarioGEPSsRodrigoBravin.pdf >. Acesso em: 15 de jan. de 2019.
2. BURBULHAN, Fernanda; GUIMARAES, Roberto Mendes; BRUNS, Maria Alves de Toledo. Dinheiro, afeto, sexualidade: a relação de prostitutas com seus clientes. Psicol. estud., Maringá , v. 17, n. 4, dez. 2012 . Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141373722012000400013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 18 de dez. de 2018.
3. CEFAI, D. Provações corporais: uma etnografia fenomenológica entre moradores de rua de Paris. Lua Nova [online]. 2010, n.79, pp. 71-110.
4. DAMATTA, R. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro – RJ: Rocco, 1986.
5. DAMATTA, R. A casa & a rua. 5 ed.. – Rio de Janeiro – RJ: Rocco, 1997.