Affiliation:
1. Universidade Federal da Paraíba
2. Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
Abstract
A parada cardiorrespiratória (PCR) é um dos mais prevalentes
eventos enfrentados pelos profissionais da saúde. A tentativa
da sua reversão, através das manobras de ressuscitação
cardiorrespiratória (RCP), ainda apresenta taxas de sucesso
muito reduzidas. Atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia
associam-se aos piores desfechos. As principais diretrizes
ressaltam a importância de identificar potenciais causas tratáveis
que levam à PCR. A ultrassonografia do intensivista e do
emergencista (USIE), quando realizada de modo sistematizado
e organizado (isto é, sem atrasar ou trazer prejuízo às demais
condutas da RCP), pode ser importante para esta mudança de
resultados, uma vez que se trata de uma ferramenta diagnóstica e
prognóstica, utilizada em um cenário em que o exame físico nem
sempre é conclusivo. Neste contexto, as principais aplicabilidades são: diagnóstico de PCR, diagnóstico diferencial entre AESP e pseudo-AESP e diagnóstico etiológico. Vários protocolos foram elaborados para otimizar a realização da USIE cardíaca simultaneamente a cada checagem do pulso central. A USIE pulmonar, abdominal e vascular devem ser realizadas durante as manobras de reanimação, pois não interferem nelas. Alémdisso, devem ser executadas preferencialmente por um médico capacitado que não esteja participando ativamente na condução das manobras de reanimação, assim mantendo a dinâmica da RCP. A USIE contribui para o diagnóstico, prognóstico e o manejo terapêutico em vítimas de PCR, sobretudo nos casos de AESP e de assistolia; todavia, ainda não há comprovação robusta se o seu uso reduz a mortalidade destes pacientes.
Publisher
Sociedade Brasileira de Cardiologia