Affiliation:
1. Universidade de São Paulo
Abstract
Um número pequeno de drogas foi responsável por grandes avanços na prática médica ao longo da história, como a descoberta da penicilina, insulina, aspirina e estatinas. O tratamento da diabetes iniciou-se com insulina parenteral descoberta por Banting e Bet aproximadamente um século atrás; desde então várias classes de medicações orais que melhoram o controle glicêmico foram desenvolvidas e tornaram-se disponíveis para amplo uso. Mais recentemente surgiram os inibidores do co-transportador de sódio e glicose com surpreendente e impactante efeito no tratamento de portadores de diabetes, insuficiência cardíaca (IC) e insuficiência renal, sendo atualmente considerados um dos maiores avanços terapêuticos na medicina cardiovascular do século XXI. Inicialmente desenvolvidos apenas para controle glicêmico, foram largamente demonstrados, em grandes estudos clínicos em pacientes diabéticos os seus efeitos na proteção cardiovascular com significativa redução de risco de doenças cardiovasculares, prevenção de hospitalização por IC de 25% a 35% e redução de desfechos renais independente da presença ou ausência de diabetes e das terapias utilizadas para tratamento destas condições. Nessa trajetória de descobertas, as gliflozinas culminaram em demonstrar efeitos benéficos, incluindo a redução da mortalidade cardiovascular e mortalidade geral em pacientes com IC, independentemente da presença de diabetes mellitus, em todas as faixas de fração de ejeção do ventrículo esquerdo.
Publisher
Sociedade Brasileira de Cardiologia