Abstract
A partir de uma análise ampliada da obra historiográfica de Alexandre Koyré, este artigo propõe analisar o fundamento da descontinuidade temporal que a marca. Aqui, uma análise estendida de sua obra implica ir além de seus trabalhos sobre história das ciências, atentando-se àqueles sobre a história do pensamento místico e filosófico. Neles, percebemos claramente a admissão de uma concepção de liberdade como capacidade humana de construir e modificar sua própria natureza. A tese defendida neste artigo é a de que tal concepção é o fundamento da história marcadamente “descontinuísta” de Koyré, sua história das revoluções científicas, cujos personagens se autoformam, constroem as próprias bases de sua razão, a partir de seu complexo contexto histórico. Em certo sentido, este trabalho precisa o que Roger Chartier dizia ser a “maneira de Koyré” pensar os “processos de transformação” em história.
Publisher
Sociedade Brasileria de Teoria e Historia de Historiografia
Reference25 articles.
1. ALMEIDA, Tiago Santos; CAMOLEZI, Marcos. Entrevista com Jean-François Braunstein. Intelligere, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 156-171. 2016. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistaintelligere/article/view/114452. Acesso em: 07 fev. 2020.
2. BLOCH, Marc. [Correspondência]. Destinatário: Lucien Febvre. Paris, out. 1929. In: Marc Bloch – Lucien Febvre – Correspondance. Tomo I. Paris: Fayard, 1994.
3. CANGUILHEM, Georges. La connaissance de la vie. Paris: Librairie Hachette, 1952.
4. CASTELLI GATTINARA, Enrico. L’idée de la synthèse: Henri Berr et les crises du savoir dans la première moitié du XXe siècle. Revue de synthèse, Paris, p. 21-38, 1996.
5. CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difusão Editorial, 2002.