Abstract
No urbano, as periferias passam por processos de estigma territorial, associados a outros mecanismos de diferenciação socioespacial. Nesse artigo, trata-se, por um lado, de analisar a construção do estigma territorial do distrito do Pimentas em Guarulhos, através de matérias de jornais e de memes nas redes sociais. Por outro lado, a reflexão consiste em analisar diversos discursos e representações de habitantes de Guarulhos, primeiramente de habitantes que não moram e não conhecem o Pimentas, e que perpetuam o estigma territorial através de uma imagem negativa. No entanto, os habitantes do bairro entrevistados fornecem uma outra visão e desmentem em parte os adjetivos associados ao estigma dos Pimentas: violento, inseguro, pobre. No mesmo sentido, apresentamos os resultados de um Grupo Focal realizado com mulheres moradoras de um conjunto Minha Casa Minha Vida (MCMV) situado no Pimentas, com o objetivo de enfatizar que a diferenciação socioespacial se exerce em todas as escalas.
Publisher
Associação dos Geógrafos Brasileiros
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