Monocultura, Monotécnica, Mononatura – conflitos de existências tecnobiodiversas em sistemas hegemônicos

Abstract

Pensar as diferentes formas de existência no digital é um exercício de articulação dos agentes tecnobiodiversos do seu meio. Propomos um pensamento ecológico que engloba o pensamento técnico através da criação poética. Assim, discutimos a instalação interativa “monocultura, monoténica, mononatura” no contexto de uma investigação ontológica da tecnologia, revendo os rompimentos Modernos entre cultura, técnica e natureza. A insta[1]lação parte de uma investigação com o Eucalipto, a árvore mais plantada no Brasil, mas de origem Australiana. Enquanto em seu território de origem é responsável por manter boa parte da biodiversidade local e é vista como sagrada pelas populações aborígenes, no Brasil, foi introduzida em um sistema de monocultura que interfere na biodiversidade e gera conflito em territórios com as populações indígenas locais. Portanto, propomos uma reflexão com os elementos do trabalho artístico, a partir do conceito de cosmotécnica, para evidenciar os conflitos das existências múltiplas e tecnobiodiversas nos sistemas tecnológicos hegemônicos atuais, apontando como a construção de uma poética do cuidado pode indicar novos caminhos para o pensamento tecnológico.