Abstract
O presente ensaio procura traçar reflexões a partir da constatação da emergência da razão instrumental como fundamento da ciência moderna. O diagnóstico de Max Weber é que a ciência entendida como técnica tende a inverter a lógica da relação homem-conhecimento produzindo um mundo “administrado”. Ainda no campo da ciência positiva, mas buscando descentrar o sujeito cognoscente a partir do pensamento eurocêntrico, discutimos o esforço de Pierre Bourdieu e análise disposicional de Bernard Lahire para deslocar o olhar científico para a perspectiva do ator social. A seguir, atravessando o Atlântico a convite de Boaventura Sousa Santos, recuperamos a contribuição da CEPAL para entender o mundo visto do lado de cá da linha abissal. Enfim nos reportamos às contribuição de autores como Achilles Mbembe e Walter Mignolo para dialogar sobre a necessidade de (re)pensar a (pós)modernidade e seu duplo designado pelo termo (pós)colonialidade. Espera-se com isso identificar novos horizontes epistemológicos que se desenham para a pesquisa ao “sul do Equador”.