Author:
Freier Rafael,Costa Filho José Vinicius,Szezupior dos Santos Reginaldo Hugo
Abstract
Os órgãos mundiais dedicados à educação desempenham um papel crucial no desenvolvimento educacional global, especialmente em países subdesenvolvidos, com o pretenso objetivo de melhorar o acesso, a qualidade e a equidade. Porém, muitas vezes as recomendações dessas organizações, como é o caso do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, refletem interesses dos países-membros, principalmente no sentido da manutenção das relações sociais capitalistas e do status quo econômico. As recomendações desses órgãos internacionais comumente focam em uma educação unilateral, voltada para o trabalho, com ênfase no ensino técnico e na formação de mão de obra especializada para impulsionar a industrialização, logo não promove o desenvolvimento integral dos indivíduos. Uma alternativa a essa realidade é a formação omnilateral, que busca formar cidadãos completos com competências em múltiplas áreas do conhecimento, preparando-os para serem mais do que meros trabalhadores, mas também cidadãos responsáveis e participativos. Diante do exposto, a presente pesquisa discute a intersecção entre as recomendações de órgãos mundiais, a formação voltada para o trabalho, a formação omnilateral e as políticas educacionais implementadas no Brasil. A pesquisa é qualitativa e se utiliza das ferramentas de revisão bibliográfica e análise documental. Os principais achados apontam que no Brasil muitas das recomendações externas para intervir na educação foram em algum momento acatadas, contudo persistem iniciativas antagônicas a essas sendo desenvolvidas, como é o caso da Educação Profissional e Tecnológica com o ensino omnilateral. Esta pesquisa contribui para agenda que debate, de forma crítica, a política de educação no Brasil.
Publisher
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus Cuiabá - Cel. Octayde Jorge da Silva
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