Abstract
O setor sucroenergético brasileiro passou, neste início de século XXI, por duas fases diametralmente distintas uma da outra. A primeira se caracterizou pela expansão acelerada da atividade (notadamente entre 2003 e 2010) e a segunda se marca pelo arrefecimento e mesmo retração (2011 a 2020). O presente artigo tem como objetivo discutir os principais fatores conjunturais e técnico-estruturais que levaram a essa recente crise do setor sucroenergético no Brasil, que resultou numa onda de casos de recuperação judicial e falências de usinas. A partir do levantamento e sistematização bibliográfica, reportagens jornalísticas e dados estatísticos, os resultados do estudo mostram que as consequências imediatas da crise financeira e econômica internacional de 2007-2008 sobre o crédito internacional, as taxas de câmbio e a queda nas cotações das commodities nas bolsas de valor; dificuldades do mercado interno brasileiro e os desafios oriundos da reestruturação produtiva da agroindústria sucroenergética culminaram na diminuição do ritmo dos investimentos e na situação financeira crítica de vários grupos nacionais e transnacionais, comprometendo a continuidade das operações produtivas de várias usinas do país.
Publisher
Universidade de Estado do Rio de Janeiro