Abstract
Contrapondo algumas características da modernidade sólida às da modernidade líquida (BAUMAN, 2001), examino um corpo ficcional em língua inglesa, visando a discutir diferentes cenários distópicos e suas representações da expansão dos mecanismos do capitalismo e sua penetração no próprio tecido social. (JAMESON, 1984) Tomando emprestado o conceito do interregno de Bauman (2012) como chave de leitura, argumento que, diante do quadro complexo de fragmentação e erosão das instituições “sólidas”, e dissociação entre o poder político, crescentemente manejado por forças ecológica e socialmente irresponsáveis e questões prementes da humanidade e do meio-ambiente (BROWN, 2015), torna-se progressivamente difícil para a distopia “líquida” oferecer uma contranarrativa de resistência, restando aos autores re(a)presentar, repetidamente, o interregno – i.e., o momento de ruptura com o passado, sem que tenha surgido, ainda, o novo. No âmbito da distopia, são poucos os autores que se arriscam a esboçar uma sociedade pós-capitalista. Sendo assim, inspiro-me na visão autonomista do comum (Negri, 2005a; 2005b), e nos “quatro futuros” imaginados por Frase (2016), para propor uma discussão da obra Walkaway, do autor canadense Cory Doctorow (2017), onde a contranarrativa ou resistência à ordem hegemônica parte de uma nova forma de organização do trabalho e da comunicação, baseada na partilha e na produção de uma riqueza comum.
Publisher
Pro Reitoria de Pesquisa, Pos Graduacao e Inovacao - UFF
Cited by
1 articles.
订阅此论文施引文献
订阅此论文施引文献,注册后可以免费订阅5篇论文的施引文献,订阅后可以查看论文全部施引文献