Affiliation:
1. Universidade Federal de São Paulo, Brazil
2. Universidade Federal de São Paulo, Brazil; Universidade Federal de São Paulo, Brazil
Abstract
RESUMO Introdução: A anemia é frequente em pacientes submetidos à terapia substitutiva para insuficiência renal. A anemia nos períodos pré e pós-transplante pode estar relacionada aos desfechos do transplante renal. Portanto, o presente estudo buscou avaliar a relação entre anemia, função retardada do enxerto (FRE), disfunção crônica do enxerto renal (DCE) e óbito por qualquer causa após transplante renal de doador falecido. Métodos: Este foi um estudo retrospectivo com 206 pacientes transplantados renais de doadores falecidos. Analisamos dados demográficos de doadores falecidos e pacientes transplantados renais. Além disso, comparamos parâmetros bioquímicos, status de anemia e medicamentos entre os grupos FRE e não-FRE. Posteriormente, realizamos uma análise multivariada. Também avaliamos desfechos, como DCE em um ano e óbito em dez anos. Resultados: Observamos menor frequência de concentração de hemoglobina (Hb) pré-transplante, mas maior frequência de creatinina sérica do doador e transfusão de hemácias no período de uma semana após o transplante no grupo FRE. Além disso, houve associação independente entre a concentração de Hb antes do transplante e a FRE [OR 0,252; IC 95%: 0,159–0,401; p < 0,001]. Houve também associação entre a concentração de Hb após seis meses de transplante renal e ambos, DCE [OR 0,798; IC95%: 0,687–0,926; p = 0,003] e óbito por qualquer causa. Conclusão: Encontrou-se uma associação entre anemia pré-transplante e FRE e entre anemia seis meses após o transplante e ambos, DCE e óbito por qualquer causa. Assim, a anemia antes ou após o transplante afeta os desfechos de pacientes que foram submetidos a transplante renal de doador falecido.