Affiliation:
1. Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil
2. Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil; Simon Fraser University, Canada
3. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil
Abstract
RESUMO Objective A Escala de Discriminação Explícita (EDE) foi desenvolvida para avaliar experiências com discriminação em inquéritos epidemiológicos no Brasil. Embora análises prévias tenham revelado boas propriedades configurais, métricas e escalares do instrumento, nenhum estudo examinou sua invariância. Este trabalho objetivou examinar a invariância fatorial de duas versões abreviadas da EDE, considerando cor/raça, sexo, posição socioeconômica e suas intersecções. Métodos: Utilizaram-se dados do Estudo EpiFloripa Adulto, que encerra uma amostra representativa de residentes de uma capital do sul do Brasil (n=1.187). Cerca de 57% da amostra foi constituída por mulheres e 90% dos entrevistados se declararam brancos; a média de idade dos participantes foi de 39 anos. Duas versões abreviadas da EDE, com sete e oito itens, foram examinadas por meio de Análises Fatoriais Confirmatórias Multigrupo e o método Alignment. Resultados: As duas versões da escala produziram estimativas comparáveis de discriminação entre grupos definidos por cor/raça, sexo, posição socioeconômica e suas intersecções. Na versão reduzida de sete itens, apenas um parâmetro apresentou violação de invariância (limiar do item i13; i.e., chamado por nomes que não gosta), especificamente no grupo de respondentes negros com menos de 12 anos de escolaridade. Conclusão: Os resultados mostraram que a EDE é capaz de produzir estimativas de discriminação válidas, confiáveis e comparáveis entre diversos segmentos da população, incluindo aqueles situados na intersecção de cor/raça, sexo e posição socioeconômica. Contudo, pesquisas futuras são necessárias para verificar se os padrões identificados aqui podem ser confirmados em outros domínios populacionais.