Abstract
Justificativa e Objetivos: A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível, com tratamento de baixo custo e acessível; porém, ela é considerada um problema de saúde pública. Para aprimorar o conhecimento sobre os fatores que podem contribuir para transmissão vertical da sífilis, mais estudos são necesários. Diante da elevada taxa de detecção em gestantes e dos possíveis eventos adversos da sífilis no Brasil, o objetivo foi avaliar a associação das características individuais e clínicas de sífilis com a incidência de sífilis congênita em gestantes. Métodos: Este esudo retrospectivo foi realizado em um município de médio porte no Estado de São Paulo. Foram usadas as fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e o desfecho do estudo foi a ocorrência de sífilis congênita. Foram realizadas análises bivariadas e regressão logística com as variáveis que obtiveram valores de p<0,25. Resultados: As maioria das gestantes tinha 20-34 anos (62,2%), era branca (63,2%), com escolaridade fundamental incompleta (35,4%). A ocorrência de sífilis congênita esteve associada ao diagnóstico de sífilis materno no terceiro trimestre de gestação (p<0,001) e com a não realização de teste treponêmico durante o pré-natal (p=0,014). Houve maior risco para a ocorrência de sífilis congênita os casos com diagnóstico tardio na gestação (OR=16,48; IC95% 3,22-84,26) e classificação clínica terciária/latente (OR=7,62; IC95% 1,40-41,54). Conclusão: Os principais fatores de risco para ocorrência de sífilis congênita foram o diagnóstico materno no terceiro trimestre de gestação e classificação clínica terciária/latente, reforçando a importância de um exame pré-natal de qualidade e em tempo oportuno.
Publisher
APESC - Associacao Pro-Ensino em Santa Cruz do Sul