Abstract
Este texto busca problematizar as rotas de escapes forjadas por professores e professoras que experimentam e são tocadas pelo exercício da docência que acontece em contexto educacional configurado pelas parcerias entre público e privado na região do agreste de Pernambuco. A fim de problematizarmos o setor privado empresarial e a sua atuação na educação pública, a qual concebe, sugere e orienta programas e projetos de formação de professores e gestores, bem como propostas curriculares, estabelecemos diálogos com Adrião; Pinheiro (2012), Adrião (2018), Peroni (2021), Laval (2019), dentre outros. Mobilizadas, principalmente, pelas noções de inventividade utilizada por Dias (2009;2012) e temporalidades, por Kohan (2018) e Ponce (2016), pudemos mapear os movimentos das professoras que se constituíram como possibilidades de escapes às prescrições e padronizações postas pelos projetos e programas do setor privado. A produção dos dados se deu por observações e conversas orientadas pela etnografia em escola da rede pública municipal da região agreste de Pernambuco. Os achados apontaram que as possibilidades de escapes se dão pelos movimentos inventivos das professoras - questionam, problematizam, escutam com sensibilidade e afetos e, assim, buscam resistir às tentativas de controles, prescrições e padronizações.
Publisher
Universidade Federal de Santa Maria
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