Abstract
Objetivo: analisar representações sociais de estudantes universitários sobre a covid-19 e sua influência na adesão às práticas de prevenção da doença. Método: trata-se de uma pesquisa descritiva, de natureza qualitativa, que utilizou o referencial teórico-metodológico da Teoria das Representações Sociais, de Moscovici e Abric. A coleta dos dados aconteceu em duas etapas. Na primeira, aplicou-se um questionário on-line, com a Técnica de Associação Livre de Palavras, para uma amostra de 352 estudantes universitários. Na segunda etapa, realizou-se entrevistas, do tipo aberta, com 25 estudantes. Para a análise dos dados, utilizou-se o software IRAMUTEQ®, na versão 0.7 alpha 2, desenvolvendo-se o método da Classificação Hierárquica Descendente, análise prototípica e análise por correspondência. Para analisar as entrevistas, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo, na modalidade temática. Resultados: os resultados apontaram para representações sociais de medo da contaminação e da transmissão, da doença, do processo de morrer e da morte de entes queridos, que favorecem a adesão às medidas de prevenção. Todavia, identificou-se representações sociais que denotam fragilidades na adoção integral de medidas preventivas, relacionadas principalmente à representação central de vulnerabilidade à doença, inerente aos grupos de risco, atrelada a não percepção da própria vulnerabilidade. Considerações finais: essa pesquisa se faz importante para a construção e implementação de novas estratégias para prevenção da doença, direcionando gestores e profissionais de saúde no desenvolvimento de medidas, principalmente de educação em saúde, que objetivem maior adesão da população às medidas preventivas
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