Author:
Araujo João Leopoldo Oliveira,Rondina Regina de Cássia
Abstract
A relação direta entre o aumento dos diagnósticos do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o aumento nos índices de administração de medicamentos a crianças e adolescentes para tratamento do problema, vêm chamando a atenção e sendo relatada intensamente nas últimas décadas, em vários países. Segundo especialistas, no ambiente escolar os principais sintomas do TDAH tendem a ficar mais evidentes. Consequentemente, muitos encaminhamentos de crianças e adolescentes a psiquiatras e neuropsiquiatras para fins de diagnóstico e tratamento do problema, são realizados pelos professores. Estudos recentes vêm sinalizando que o isolamento social e as restrições de mobilidade em função da pandemia de COVID-19 afetaram negativamente a saúde mental de pacientes diagnosticados com TDAH. É de se supor, portanto, que o índice de medicalização de TDAH entre crianças e adolescentes tenha sido impactado entre os anos de 2020 e 2022. O objetivo do presente estudo foi avaliar, mediante revisão da literatura, evidências acerca dos índices de ocorrência da medicalização do TDAH em crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19. Foi realizado um levantamento sistemático da literatura sobre o assunto, junto às bases de pesquisa PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde, Web of Science e Google Scholar. Os termos utilizados nas buscas foram: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ou TDAH; Coronavírus ou COVID-19 ou SARS-Cov-2; e Medicalização. Como critério de seleção de artigos, optou-se por analisar publicações em língua portuguesa e inglesa; tendo como margem de tempo o período compreendido entre os anos 2020 e 2022. Dentre os artigos encontrados, quatro publicações atenderam aos critérios para inclusão nesta revisão. As publicações evidenciaram ampliação dos encaminhamentos e diagnósticos de TDAH em crianças e adolescentes, bem como o aumento da prescrição e consumo de medicamentos destinados para o tratamento do TDAH a partir do início da pandemia. O conjunto de artigos analisados neste estudo, contudo, não foi possível encontrar um ponto de convergência quanto aos índices de ocorrência da medicalização do TDAH em crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19. A revisão da literatura sugere a necessidade de novas pesquisas sobre o tema.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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