Abstract
Este artigo discorre sobre a relação entre o consumo excessivo de álcool e o aparecimento do câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, fígado, intestino e mama, apresentando as quantidades diárias de álcool acima das quais é considerada a ingestão excessiva. São descritas também formas de prevenir câncer ou outros problemas associados ao abuso do álcool, sendo enfatizadas as desvantagens de focalizar esse trabalho nos alcoólicos, como é prática comum. Em contrapartida, são acentuadas as vantagens de investir esforços em: 1 - evitar a ocorrência do hábito de beber excessivamente; 2- detectar e intervir junto a bebedores em excesso não-alcoólicos, ou seja, não-dependentes. Os médicos têm um papel de destaque nessa segunda abordagem, desde que as unidades de saúde sejam um local privilegiado para desenvolvê-la. A partir dessa constatação, são discutidos possíveis empecilhos para que intervenções junto a bebedores em excesso não façam parte da rotina de trabalho daquele profissional em nosso país.
Publisher
Revista Brasileira De Cancerologia (RBC)