Abstract
O presente estudo analisou as políticas e procedimentos adotados para evitar situações de conflito de interesses em empresas brasileiras de capital aberto que contrataram uma mesma empresa de auditoria para executar tanto o serviço de auditoria das demonstrações financeiras quanto para executar outros tipos de serviços extra-auditoria no exercício de 2020. Mediante a técnica de análise de conteúdo, examinaram-se as informações disponíveis nos Relatórios de Administração do exercício findo em dezembro de 2020, de divulgação obrigatória para o mercado, e nas Políticas para Contratação de Serviços Extra-Auditoria de seus Auditores Independentes vigentes no ano de 2020, de envio facultativo à Comissão de Valores Mobiliários. Os resultados observados sugerem um baixo nível de detalhamento das informações prestadas pelas empresas, visto que textos padronizados e sintéticos são utilizados pela maioria das empresas nos respectivos Relatórios de Administração. Com boas práticas, observa-se que as Políticas para Contratação de Serviços Extra-Auditoria de seus Auditores Independentes da maioria das empresas analisadas identificam o Comitê de Auditoria como responsável pela contratação dos serviços, algumas empresas incluem uma listagem de serviços proibidos e estabelecem um percentual de limites de serviços extra-auditoria a serem prestados. Como contribuição, o estudo buscou traçar um panorama das políticas adotadas pelas empresas frente às exigências impostas pelo órgão regulador, bem como apresentar algumas evidências ainda existentes nas informações divulgadas pelas empresas.
Publisher
Revista Catarinense da Ciencia Contabil
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