Author:
Cardoso Jean Matheus Guedes,Marinho Konnery Kazelly,Silva Leonardo Pereira do Nascimento,Silva Ana Raquel Freitas da,Costa Andreina Martins Araujo,Alves Taiara Felinto,Amorim Tatiemelis da Costa,Holanda Nicole Costa de,Rodovalho João Gabriel Marion,Gomes Gustavo Max de Sousa,Ribeiro Mateus Emanuel Segalla,Oliveira Bárbara Naiara,Martins Guilherme Sousa,Oliveira Giulia Alvino Modesto de,Costa Eduardo Cunha
Abstract
A pancreatite aguda é uma inflamação do pâncreas, muitas vezes causada pela autodigestão do órgão por enzimas. Cerca de 90% dos casos são leves, enquanto os restantes 10% desenvolvem necrose pancreática, resultando em pancreatite necro-hemorrágica. Infecções bacterianas, como Escherichia coli e Pseudomonas, podem complicar casos graves, frequentemente associados à síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). O pâncreas produz pró-enzimas, como tripsinogênio e quimiotripsinogênio, que são ativadas no intestino delgado. Na pancreatite, ocorre ativação precoce dessas enzimas no pâncreas, levando à auto-digestão. Além disso, a tripsina pode ativar fatores que promovem a formação de microtrombos nos vasos pancreáticos, contribuindo para a necrose. Outros mecanismos incluem vasoconstrição, isquemia e translocação bacteriana. As principais causas são a litíase biliar e abuso de álcool, mas também podem incluir hipertrigliceridemia, hipercalcemia e infecções. Os sintomas típicos incluem dor abdominal intensa, náuseas e vômitos. Na pancreatite necrosante, podem ocorrer complicações graves, como febre alta, desidratação e choque, além de sinais de gravidade como icterícia e equimoses. O diagnóstico é baseado nos critérios de Atlanta, que consideram sintomas clínicos, exames laboratoriais e imagem. A TC contrastada é fundamental para identificar necrose e infecção. A necrose pancreática infectada é comum e requer manejo adequado, evitando intervenções cirúrgicas precoces. O tratamento conservador envolve antibioticoterapia empírica com carbapenêmicos ou quinolonas associadas ao metronidazol. A antibioticoprofilaxia é controversa e pode piorar o quadro. É essencial avaliar individualmente o uso de antibióticos para garantir o melhor manejo da pancreatite necrosante aguda.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Reference17 articles.
1. ARLT, A. et al. Antibiosis of Necrotizing Pancreatitis. Visceral medicine, v. 30, n. 5, p. 318–324, 1 jan. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1159/000367948. Acesso em: 01 Mar. 2024.
2. ASHRAF, H. et al. A Clinical Overview of Acute and Chronic Pancreatitis: The Medical and Surgical Management. Cureus, 20 nov. 2021.
3. BEYER, G. et al. Clinical practice guideline: Acute and chronic pancreatitis. Deutsches Arzteblatt International, 25 jul. 2022.
4. CANCINO N., ADRIÁN; TORRES R., OSVALDO; SCHWANER C., JAIME. Tratamiento antibiótico de la pancreatitis aguda necrotizante infectada. Rev. chil. cir, p. 600–604, 2024. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-342186. Acesso em: 01 Mar. 2024.
5. DING, N., SUN, Y. H., WEN, L. M., WANG, J. H., YANG, J. H., CHENG, K., LIN, H., & CHEN, Q. L. (2020). Assessment of prophylactic antibiotics administration for acute pancreatitis: a meta-analysis of randomized controlled trials. Chinese medical journal, 133(2), 212–220. Disponível em: https://doi.org/10.1097/CM9.0000000000000603. Acesso em: 01 Mar. 2024.