Abstract
Neste artigo, busca-se refletir acerca dos problemas do tempo e da subjetividade na produção de conhecimento histórico. A abordagem escolhida é profundamente inspirada no pensamento de Giorgio Agamben e parte da citação da relação entre história e poesia no trecho 1451 (a, b) da Poética de Aristóteles. O trecho procura estabelecer uma diferença entre história e poesia, que é discutida aqui com referência a três dimensões míticas da temporalidade grega — aiôn, chrónos, kairós — com o objetivo de caracterizar esboços de uma concepção de tempo diferente da nossa e para a qual se propõe aqui a imagem do “corpo do tempo”. O diálogo que se segue com as teses incluídas em Sobre o conceito de história, de Walter Benjamin, aproxima a problemática do corpo do tempo à questão da ação e da subjetividade histórica, indagando sobre a possibilidade de conceber uma imagem do tempo mais adequada à ação constituinte do sujeito histórico e a sua relação com o possível.
Publisher
Sociedade Brasileria de Teoria e Historia de Historiografia
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1. Reinterpreting the “times of crisis” based on the asymmetry between chronos and kairos;História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography;2021-03-29